couve-flor tronco e membros


Em que pé andam os ensaios (de 2.10.06 a 9.10.06)
outubro 10, 2006, 11:48 am
Filed under: PERFORMANCE

por Gustavo Bitencourt
Na segunda-feira, dia 2/10, conversamos sobre a idéia do tango, e como poderíamos tornar isso viável. Falamos sobre a proposta da Gisele, que havia entrado em contato por e-mail, se oferecendo para colaborar nesse sentido. Achamos que deveríamos ter um trabalho mais intenso com o tango, até para que ela possa ter elementos para lidar.

O Ricardo propôs um exercício que lembrava contact improvisation, mas acrescentando uma outra diretriz. Em três estágios deveríamos manter os seguintes princípios:

1o. estágio: sempre deve haver uma superfície de contato entre o meu corpo e algum dos outros dois corpos.

2o. estágio: sempre deve haver uma superfície de contato entre o meu corpo e os outros dois corpos.

3o. estágio: sempre deve haver uma superfície de contato entre o meu corpo e os outros dois corpos, acrescentando aí uma relação de atividade/passividade no que se refere ao uso do peso.

Achamos que o exercício produziu imagens que realmente remetiam à idéia de uma dança de salão, e tiramos algumas fotos (que breve coloco aqui).

Retomamos então àquelas coreografias que tínhamos criado (eu e o Neto), a partir dos nomes dos passos de balé. Eu passei para eles a coreografia que eu tinha criado, pois o Neto nunca tinha feito, e limamos algumas coisas, fizemos algumas adaptações.

Na terça-feira, dia 3/10, como o Neto não pode ir, eu e o Ricardo ficamos trabalhando, individualmente, com a idéia de fragilidade.

Na quarta-feira, dia 4/10, eu levei um texto do Paulo Ghirardelli Jr., que fazia um apanhado geral sobre as teorias da verdade nas história da filosofia. Conversamos um pouco sobre esse texto e eu propus um aquecimento que retomava um pouco uma idéia com a qual tínhamos trabalhado num dos primeiros ensaios. Naquela ocasião um se movia e os outros descreviam o que ele estava fazendo. Discutimos bastante sobre como os nomes solidificam a ação. Agora o que eu propus era assim: sempre haveriam 3 funções, nas quais fomos nos alternando: um se move, um registra por escrito (da maneira mais funcional possível), e o outro dá intenções a quem está se movendo. Essas intenções, bem como a ação, deveriam lidar com um contexto concreto e possível. Por exemplo, quem dá a intenção, nunca poderia dizer “sua intenção é chegar ao topo da montanha”, pois não tem montanha no local de ensaio. Então dizer “sua intenção é fingir que está escalando uma montanha”, se torna uma alternativa viável. A maneira de lidar com essa informação, para quem está em cena, é se fazer a seguinte pergunta: “Se eu (do jeito que eu sou, com o humor que eu estou hoje, neste lugar aqui, com essas pessoas, fazendo esse exercício, etc.) tenho que fingir que estou escalando uma montanha, como eu reajo?”. A resposta a essa pergunta é dada em forma de ação (ou não-ação).

Fizemos esse exercício em três turnos de 20 minutos, para que todos passassem pelas três funções. Então entreguei a eles algumas propostas de composição, na qual trabalhamos o restante do dia, mas não deu tempo de terminar. Ficamos então de apresentar as composições na quarta-feira seguinte (o que não vai dar para fazer, pois é o dia que a Giselle tem disponível para trabalharmos com o tango).

Na sexta-feira, dia 6/10, o Neto trouxe um exercício de aquecimento, no qual um girava o corpo do outro no chão, então propôs que retornássemos às coreografias (as dos passos de balé). Passou para mim e para o Ricardo a que ele havia criado (complicadíssima, e o Ricardo também achou). Trabalhamos nessa coreografia até o final do ensaio.

Trouxe também uma outra proposta, a partir do texto que eu tinha levado na quarta-feira, de que cada um criasse argumentações para defender a sua coreografia dentro de cada uma das teorias clássicas da verdade. Isso ficou como tarefa de casa.
Na segunda-feira, dia 9/10, estávamos eu e o Neto. Trabalhamos novamente com as coreografias, a minha e a dele, e aproveitamos o restante do tempo para elaborar a composição proposta na quarta-feira passada.


1 Comentário so far
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íé. quero ver tudo c mais atenção..
beijos

Comentário por Bruno




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